Essas gravações foram feitas nos dias 24, 25 e 26 de novembro de 2003 quando, acompanhado da Lila Bemerguy, Arlindo Matos e Marcilene (de Ourém), participei da “Festa da Moça”, na aldeia Frasqueira dos Tembé Tenetehara, no município de Santa Luzia do Pará. A festa, que dura uma semana, é um ritual de passagem que comemora a entrada das índias na adolescência, e não era realizada há vários anos naquela localidade. Um barracão construído num canto da aldeia era o local onde cantavam e dançavam o Caê Caê – dança tradicional do povo Tembé. As músicas falam dos animais da floresta, e apenas maracas são usadas para acompanhar as vozes. A dança é uma roda, que se faz aos pares em volta do centro do barracão. Algumas vezes se dançava do lado de fora, avançando de mãos dadas, formando uma longa barreira. Aqui estão publicados quatro momentos dos Tembé cantando o Caê-Caê.
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Durante a festa são feitas muitas pinturas corporais com óleo de jenipapo, e elas ficam marcadas no corpo por aproximadamente duas semanas. Não adiante esfregá-las que não saem. Essas pinturas representam animais como o macaco, a onça e a cobra.
Quanto à culinária, guaribas e mutuns ficam vários dias sendo moqueados. Quando estão bem secos, são então pilados e viram uma farinha. Dessa farinha é feito um bolo, que, segundo os costumes do povo Tembé, apenas os adultos podem comer. Então, as moças, para as quais a festa está sendo feita, comem esse bolo pela primeira vez.
Logo abaixo estão fotos tiradas durante os dias da Festa.